A expectativa de vida dos brasileiros vem aumentando nas últimas décadas, o que se deve ao melhor acesso da população aos serviços de saúde, à prevenção de doenças e aos avanços da medicina. Com o envelhecimento da população, é cada vez maior a procura por terapias antienvelhecimento.

Preocupada com isso, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia realizou uma ampla revisão sobre o tema e publicou uma série de recomendações quanto ao uso de hormônios, vitaminas, antioxidantes e outras substâncias com o objetivo de prevenir, retardar, modular e/ou reverter o processo do envelhecimento.

A SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) participou ativamente deste projeto e destacou que quando necessários e usados de forma correta, os hormônios são excelentes tratamentos para todas as idades,
mas não para retardar o envelhecimento. 

Abaixo veja um resumo das principais recomendações:

– Os idosos são mais sensíveis à iatrogenia e aos efeitos adversos dos medicamentos, portanto só devem ser utilizados tratamentos aceitos pela comunidade científica, evitando assim possíveis complicações decorrentes das
intervenções antiaging.

– Inúmeros estudos, de excelente qualidade científica, tem demonstrado a influência do estilo de vida saudável – que inclui a prática regular de atividades físicas e a dieta balanceada – no “envelhecimento bem-sucedido, ativo ou saudável”.

– Não existem evidências de que o envelhecimento seja causado pela redução da produção hormonal, sendo assim está contraindicada a prescrição de terapia de reposição de hormônios com o objetivo de prevenir, retardar, modular e/ou reverter o processo de envelhecimento.

– É vedada a utilização de EDTA, procaína, vitaminas e antioxidantes como terapia antienvelhecimento, anticâncer ou antiaterosclerose.

– Algumas vitaminas e antioxidantes podem AUMENTAR o risco de CÂNCER, portanto a sua suplementação em idosos deve ser recomendada apenas nos casos de benefícios comprovados e/ou de deficiência documentada por xames
confiáveis.

– Não existem evidências de que a reposição de testosterona melhore a qualidade de vida e a funcionalidade no idoso, sua reposição só deve ser indicada nos casos de deficiência comprovada.

– A reposição estrogênica nas mulheres no climatério e pós-menopausa deve ser individualizada devido ao possível aumento no risco de doenças cardiovasculares e câncer a que alguns grupos estão sujeitos.

– A reposição de hormônios tireoideanos e adrenais deve ser restrita aos casos de deficiência comprovada.

– A reposição de hormônio do crescimento não deve ser realizada em indivíduos de meia idade e idosos saudáveis, pois apesar de seus efeitos na composição corporal não existem evidências de que ele possa prevenir o envelhecimento, reduzir a perda funcional ou prevenir doenças crônicas.

O uso inadequado do hormônio de crescimento pode causar Diabetes, Síndrome do túnel do carpo e artralgias. além disso pode aumentar a incidência de alguns tipos de câncer.

– O uso de DHEA (dehidroepiandrosterona) não deve ser recomendado como antiaging.

– NÃO deve ser indicado o uso de HORMÔNIOS BIOIDÊNTICOS. Não existem evidências quanto à segurança e efetividade destes medicamentos para estes fins.

Fica clara a importância da seleção de medicamentos de uso realmente necessário para o idoso, pois em geral estes já são polimedicados devido à maior incidência de doenças crônicas próprias desta faixa etária. Medicamentos “milagrosos” não existem. Esta população está mais sujeitas aos efeitos deletérios de medicamentos usados inadequadamente, portanto devemos previnir problemas que podem ser decorrentes dos mesmos.    

O texto completo pode ser acessado no site www.sbgg.org.br.