Chocolate faz bem à Saúde? - Endocrinologia em CuritibaVocê sabia que o chocolate pode fazer bem à saúde? Veja quais são as evidências científicas que se mostram a favor do consumo moderado de chocolate.

Mas não esqueça! O que faz mal é o exagero, que leva ao ganho de peso e às doenças associadas a ele.

O chocolate é produzido a partir das sementes de cacau, que são ricas em flavonoides – substâncias com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias responsáveis por muitos dos efeitos benéficos atribuídos ao consumo do chocolate. Portanto atenção: os chocolates com maior teor de sementes de cacau é que estariam associados aos benefícios à saúde.

Você conhece as diferenças entre os tipos de chocolate?

No Brasil a classificação se dá de acordo com o sabor do chocolate, e as diferenças entre os tipos dependem da concentração de sementes de cacau encontrada em cada um deles.

  • Chocolate amargo e meio amargo: contém uma grande concentração de sementes de cacau, além de manteiga de cacau e pouco açúcar.
  • Chocolate ao leite: composto de massa de cacau, açúcar, com adição de leite e manteiga de cacau.
  • Chocolate branco: muitos não o consideram como um tipo de “chocolate” já que contém apenas manteiga de cacau – em vez de sementes de cacau – além de açúcar, leite em pó e gorduras do leite.
  • Chocolate em pó: trata-se de semente de cacau ralada destituída da manteiga de cacau. Pode ser amargo (recebe o nome de cacau em pó), meio amargo e doce.

Vale lembrar que o conteúdo calórico é semelhante entre os tipos de chocolate. O que muda entre eles é a quantidade de cacau, elemento responsável pelos benefícios que o chocolate pode trazer à saúde. Não devemos esquecer que a maioria dos doces com sabor de chocolate encontrados nos mercados sofrem adição de açúcar e ácidos graxos saturados, que anulam os efeitos benéficos do cacau! 

Então prefira os chocolates “pretos” (amargo e meio amargo), que são ricos em flavonoides.

Veja quais são alguns dos efeitos positivos que os componentes do cacau podem trazer à nossa saúde

Função Cognitiva

Resultados de um estudo publicado no New England Journal of Medicine em outubro de 2012 mostraram que países onde o consumo de chocolate era maior produziram um maior número de prêmios Nobel, o que possivelmente esteve associado a uma melhor função cognitiva nesses indivíduos.

Sistema Cardiovascular

Um estudo recente sugeriu que indivíduos que consumiam 30g de chocolates ricos em flavonoides 1 a 3 vezes por mês tiveram uma redução de 26% no risco de desenvolver insuficiência cardíaca, e um consumo da mesma porção 1 a 2 vezes por semana foi associado a 32% de redução. Outro estudo publicado no European Heart Journal mostrou que o consumo de chocolate preto melhorou a função plaquetária e endotelial em pacientes com insuficiência cardíaca. O consumo de chocolate também tem sido associado a uma redução na incidência de infarto do miocárdio e na mortalidade por doença coronariana.

Pressão Arterial

Existem evidências crescentes relacionando o consumo de chocolate com uma discreta redução na pressão arterial. Esse efeito se daria pelo estímulo dos flavonoides à produção de óxido nítrico endotelial, que leva à vasodilatação – Cochrane Database of Systemic Reviews/ 2012.

Prevenção de Acidente Vascular Cerebral

Um estudo publicado em 2011 no Journal of the American College of Cardiology encontrou uma relação inversa entre o consumo de chocolates ricos em cacau e o risco de AVC.

Redução dos níveis de LDL colesterol

A maioria dos chocolates processados contém adição de açúcar e ácidos graxos saturados, que anulam os efeitos benéficos do cacau e elevam os níveis de colesterol. O cacau contém gordura saturada – ácido esteárico – considerada neutra. O consumo de chocolate preto não processado, com pelo menos 60-70% de cacau, está associado a uma redução dos níveis de colesterol LDL, e aumento dos níveis do HDL colesterol.

Distúrbios do Humor

Os resultados dos estudos são controversos. Embora o consumo de chocolate pareça ter uma influencia positiva no humor, possivelmente mediado pelos sistemas dopaminérgico e opióide, uma extensa revisão realizada por Parker e cols não conseguiu demonstrar esse efeito, sugerindo, ao contrário, que o consumo de chocolate contribuiria com um humor depressivo. Outro estudo recente encontrou uma associação positiva entre o maior consumo de chocolate e sintomas depressivos.

É possível manter o consumo de chocolate quando se está num programa de reeducação alimentar?

Sim. Só precisamos ter em mente o seguinte: ao contrário do que acontece com o chocolate ao leite, o consumo de chocolate “preto” – rico em flavonoides – parece levar a uma série de benefícios à saúde. Entretanto, todo o chocolate é calórico. 60g de chocolate preto podem conter mais de 440Kcal, então, antes de ir procurar uma barra de chocolate devemos nos conter e praticar o consumo consciente: uma pessoa saudável pode consumir até 3 barras de 30g por semana, preferindo o consumo do chocolate  amargo ou meio amargo, que tem um maior poder de saciedade, além dos potenciais efeitos benéficos à saúde.

Fonte: Medscape Diabetes & Endocrinology – feb,12 2013