No que se refere ao tratamento hormonal, há diretrizes bem definidas:

1) Quando há falta ou não há produção de determinado hormônio, este deverá ser REPOSTO.

2) Quando houver excesso hormonal, este deverá ser SUPRIMIDO.

As técnicas para tais procedimentos devem seguir protocolos específicos, definidos através das evidências científicas disponíveis até o momento.

Combater o envelhecimento ou buscar outros efeitos estéticos com “modulação hormonal” com “bioidênticos” se encontra na área da especulação e do desconhecimento científico, o que expõe seus usuários (cobaias) a experimentos não éticos e, portanto, proscritos pelo código de Ética Médica.

Não há indicação   para   o   uso   de   um   hormônio   como   terapia   para   uma   presumível, mas   não   comprovada, deficiência glandular.

Termos como “fadiga adrenal” e “tireopausa” não são aceitos pela comunidade científica.

O uso de hormônios sem que o organismo precise deles pode causar inúmeros e graves efeitos colaterais, inclusive o desencadeamento de certos tipos de câncer.

Veja esses exemplos:

Usar um corticóide para uma suposta “fadiga adrenal” é submeter o paciente a uma condição anormal de excesso desse hormônio, conhecida como síndrome de Cushing iatrogênica, que pode levar ao diabetes, hipertensão arterial, ganho de peso, estrias, etc.

Do mesmo modo, administrar tiroxina a um paciente sem hipotireoidismo clínico e laboratorial é submetê-lo à tireotoxicose iatrogênica, ou seja, uma doença causada pelo excesso de tiroxina, com sérios danos para o sistema cardiovascular (arritmias), esqueleto (osteoporose) e músculos (perda de massa).

Importante lembrar que a prescrição de hormônio tireoidiano (T3, T4) para manipulação magistral é vedada pela ANVISA.

Além disso, prescrever hormônio do crescimento para “rejuvenescer” um adulto que não tem deficiência desse hormônio é submeter o paciente ao risco de desenvolver diabetes e até alguns tipos de câncer.

Quando se administra pequenas doses “moduladas” de hormônios em pessoas sem deficiência, sabe-se que o organismo lança mão de um sistema compensador reduzindo a própria fabricação do hormônio endógeno (é o mecanismo de retroalimentação negativa) prejudicando a produção homonal do paciente, o que pode levar a uma deficiência real do hormônio depois de algum tempo de uso.

E ainda, a modulação hormonal bioidêntica nada mais é que o uso de hormônio fabricado em laboratório,   manipulado   em   farmácia   magistral   e   prescrito   com   finalidade   terapêutica   não   sustentável cientificamente, e, desse modo, não aprovada pelas sociedades médicas acreditadas.

Fique de olho! Não corra riscos desnecessários! 

#modulaçãohormonalnãoexiste

Adaptado de: Parecer da Câmara Técnica de Endocrinologia sobre Reportagem veiculada com o tema “5 Segredos dos Hormônios Bioidênticos”.